Dia Internacional da Tireoide: distúrbios podem afetar fertilidade

25 de maio de 2025 às 18:34

calendário/dia internacional da tireoide
O dia 25 de maio marca o Dia Internacional da Tireoide, data importante para chamar a atenção para os problemas causados por distúrbios dessa glândula, que é fundamental para regular órgãos vitais como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
 

Exame de tireoide
(Foto: Getty Images)
 
Glândual é fundamental para regular
órgãos como coração e cérebro
 
Tanto o hipotireoidismo (produção insuficiente dos hormônios T3 e T4) como o hipertireoidismo (produção excessiva de T3 e T4) podem afetar a fertilidade feminina comprometendo a maturação dos óvulos e, assim, interferindo diretamente no ciclo menstrual, desde a ovulação, alterações no feto e até causar aborto.
 
Segundo o diretor médico do Centro de Reprodução Humana da Clínica Fertipraxis, no Rio de Janeiro, Marcelo Marinho, a elevação do TSH (hormônio estimulante da tireoide) pode aumentar a secreção de outro hormônio chamado prolactina. Esse aumento pode provocar irregularidade menstrual e levar a períodos de amenorreia (ausência da menstruação) dificultando a gravidez.
 
Dessa forma, mulheres com essas alterações hormonais podem ter mais dificuldade para ovular e, consequentemente, para engravidar. E, quando gestantes, precisam de acompanhamento, pois essas doenças, quando não tratadas, aumentam o risco de abortamento”, alerta o médico.
 
Tireoidite de Hashimoto
 
Um dos distúrbios mais conhecidos da tireoide é a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune e crônica que afeta entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva. 
 
Essa condição reduz a produção de hormônios essenciais para a fertilidade feminina, podendo causar anovulação (ausência de ovulação) e comprometer a qualidade dos óvulos.
 
A doença no início pode apresentar sinais sutis que passam despercebidos, mas ao longo do seu desenvolvimento pode causar inchaço no pescoço e provocar alguns sintomas como:
 
       - fadiga;
       - ganho de peso;
       - pele seca;
       - sensibilidade ao frio; e
       - irregularidades menstruais.
 
Em mulheres gestantes, é fundamental o acompanhamento, pois o quadro pode provocar pré-eclâmpsia, parto prematuro, restrição de crescimento fetal, complicações neonatais e aumentar o risco de aborto espontâneo no primeiro trimestre da gravidez, fatores que impactam significativamente a gestação.
 
No entanto, o especialista ressalta que mulheres com Tireoidite de Hashimoto podem ter uma gravidez bem-sucedida e saudável, desde que recebam acompanhamento médico individualizado antes e após o parto.
 
O diagnóstico pode ser feito com exames de sangue, como o TSH, produzido pela hipófise para controlar a tireoide, e os hormônios T3 e T4, produzidos diretamente por ela, além da ultrassonografia para a detecção de possíveis nódulos e/ou cistos da glândula.
 
A tireoide é uma glândula que tem o formato parecido com o de uma borboleta, localizada na parte superior e frontal do pescoço, abraçando a traqueia. Os hormônios produzidos por ela (T3 e T4, triiodotironina e tiroxina) agem no corpo e no metabolismo desde a formação fetal até a velhice.
 
Hipotiroidismo e hipertiroidismo
 
Segundo a diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e especialista em tireoide, Carolina Ferraz, quando se tem uma baixa produção do T3 e do T4, tem-se o hipotiroidismo. 
 
A energia fica lá embaixo, o cabelo pode cair, a pele vai ficar mais ressecada, o intestino pode ficar preso, pode ter bastante esquecimento, sintomas de depressão. O oposto ocorre quando a gente tem muito hormônio, a gente chama de hipertiroidismo, e o metabolismo acelera. A pele fica mais oleosa, o paciente sua mais, fica mais agitado, tem insônia, taquicardia, pode ter diarreia”, diz a endocrinologista.
 
A médica destaca que se houver uma baixa produção do hormônio, poderá ser feita a reposição hormonal. Se o problema for um aumento da produção de hormônio, pode-se usar também medicação para diminuir a ação desses hormônios. 
 
Se a medicação não resolver, a gente faz o tratamento com iodo radiotivo ou até cirurgia.
 
Da Agência Brasil