Ser de esquerda é querer um Brasil melhor, diz presidente do Superior Tribunal Militar

27 de março de 2024 às 18:04

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O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Francisco Joseli Parente Camelo, tenente-brigadeiro do ar, deu uma visão muito diferente da que os militares costumam ter em relação à esquerda no Brasil. Em entrevista ao repórter Túlio Amâncio, da TV Band, ele disse que “ser de esquerda não é ser comunista” e que “o presidente Lula é um sindicalista”, não comunista:
 

Presidente do 
STM
 é um dos quadros progressistas das
Forças Armadas do Brasil
(reprodução)


Tenente-brigadeiro: não existe comunismo no
Brasil e lugar dos militares é na caserna
 
Primeiro, nós vivemos outros tempos, o mundo mudou. Não há mais o muro de Berlim, já caiu há muito tempo. O comunismo acabou. Pra mim não existe comunismo, no Brasil não existe. E outra coisa: o presidente Lula é um sindicalista. Eu não o vejo, jamais o vi, como um comunista. As pessoas têm mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista. Isso não existe. Ser de esquerda é… Realmente… Ela quer um Brasil melhor, mais solidário, mais próspero, um Brasil que pense no mais pobre. Ser de esquerda não é ser comunista, e o comunismo não existe no nosso país”, disse Camelo.
 
Presidente do STM já defendeu punição para militares do 8 de janeiro
 
Natural de Fortaleza, Camelo integra o STM desde maio de 2015 e entrou na carreira militar como praça em 1969 — momento mais violento da ditadura militar, após o AI-5 e durante o governo Médici. Camelo possui inúmeras condecorações nacionais e estrangeiras, entre elas a Ordem da Legião de Honra da França, maior honraria que uma pessoa pode receber naquele país.
 
O repórter pergunta, ao fim da entrevista, se o militar, que chama Dilma Rousseff de “presidenta” no início do vídeo, é de esquerda ou de direita:
 
Nós, militares, não somos nem de esquerda e nem de direita. Não temos partido político. Queremos o melhor para o Brasil.
 
Recentemente, o presidente do STM defendeu punição para os militares que participaram do 8 de janeiro e reconheceu que os “indícios de planejamento de golpe foram fortes, mas temos que dar a oportunidade de todas as pessoas se defenderem”. Para o ministro, os militares deveriam se manter fora da política.